Jornal Brasileiro de Ginecologia https://jornaljbg.org.br/jbg SGORJ - Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro pt-BR Jornal Brasileiro de Ginecologia 0368-1416 Sarcoma do estroma endometrial metastático em paciente com sangramento uterino anormal refratário: relato de caso https://jornaljbg.org.br/jbg/article/view/101 <p><strong>Introdução:</strong> Sarcomas do estroma endometrial são raros, originando-se no tecido de sustentação das glândulas endometriais. Classificam-se em baixo grau (SEEBG), alto grau e indiferenciado. Os SEEBGs, agressivos, costumam apresentar sintomas, como sangramento uterino anormal, dor pélvica e dismenorreia. <strong>Relato do caso:</strong> Mulher de 44 anos, inicialmente diagnosticada com leiomioma epitelioide; dois anos mais tarde, em avaliação histopatológica, o mioma pariu, sugerindo SEEBG. Histerectomia total confirmou o diagnóstico por imuno-histoquímica. Houve metástases para fígado, pulmões, ovários, linfonodos e cavidade peritoneal, levando a paciente a óbito. <strong>Conclusão:</strong> O diagnóstico é desafiador, frequentemente confundido com outros tumores. Metástases extragenitais podem surgir anos depois do diagnóstico inicial, exigindo acompanhamento contínuo.</p> Samya Hamad Mehanna Júlia Costa Linhares Elisa Klug Hansen Regina Maria Blan Vieira Teresa Cristina Santos Cavalvanti Copyright (c) 2024 Jornal Brasileiro de Ginecologia 2024-03-06 2024-03-06 134 10.5327/JBG-2965-3711-2024134101 Hematometra pós-excisão tipo III (conização) por cirurgia de alta frequência por alça no tratamento de neoplasia intraepitelial cervical grau III https://jornaljbg.org.br/jbg/article/view/111 <p>Relato de caso de hematometra secundário à oclusão do canal cervical pós-excisão tipo III (conização) por cirurgia de alta frequência com alça em paciente de 27 anos, portadora de neoplasia intraepitelial cervical grau III (NIC III). O tratamento constou de abertura cirúrgica do orifício externo do colo uterino, drenagem espontânea do conteúdo da cavidade uterina e inserção de dispositivo intrauterino de cobre com o objetivo de evitar nova obliteração do canal endocervical.</p> Roberto Euzebio dos Santos Bianca Souza Leme Fabiano Elisei Serra Rodrigo Guilherme Varotti Pereira Rita de Cássia Silva Calabresi Copyright (c) 2024 Jornal Brasileiro de Ginecologia 2024-12-13 2024-12-13 134 10.5327/JBG-2965-3711-2024134111 Desafios na prevenção do parto pré-termo associado à insuficiência cervical https://jornaljbg.org.br/jbg/article/view/103 <p><strong>Introdução:</strong> A insuficiência cervical é um importante fator de risco de prematuridade, principal causa de morbidade e mortalidade perinatais. <strong>Objetivo:</strong> Revisar critérios diagnósticos e estratégias para reduzir partos pré-termos associados à insuficiência cervical. <strong>Métodos:</strong> Revisão bibliográfica dos últimos cinco anos (2018–2023), nas bases de dados Pubmed e Biblioteca Virtual em Saúde, usando descritores relacionados à insuficiência cervical. Foram consideradas revisões sistemáticas e metanálises, e <em>guidelines</em>. <strong>Resultados:</strong> Foram incluídos 69 artigos. A insuficiência cervical tem critérios diagnósticos pouco claros. As evidências atuais orientam que seu diagnóstico pode ser obtido através da história obstétrica sugestiva, da identificação de colo curto (≤25 mm) por meio de ultrassom, ou colo dilatado na ausência de trabalho de parto na gestação atual. Em mulheres com história sugestiva de insuficiência cervical, é indicada cerclagem eletiva. Em gestações únicas submetidas à vigilância por ultrassom do comprimento cervical entre 16<sup>0/7</sup> e 24<sup>6/7</sup> semanas, deve ser oferecida cerclagem para colo curto. Em gestação única, a progesterona está indicada na história de parto pré-termo espontâneo, ou quando observado colo curto no ultrassom transvaginal mesmo sem história de parto pré-termo anterior. Em pacientes de risco habitual, a medida de colo uterino é indicada entre 18 e 24 semanas de gestação, durante o ultrassom morfológico de segundo trimestre. Não há evidências suficientes que suportem o uso do pessário para prevenção de parto pré-termo. Em gestações gemelares não selecionadas, não há evidências para uso de progesterona ou cerclagem cervical para redução de parto pré-termo. <strong>Conclusão:</strong> A decisão sobre a melhor forma de minimizar o risco de perda gestacional associada à insuficiência cervical deve ser individualizada, considerando a história obstétrica, o encurtamento (ou dilatação) cervical, a experiência da equipe assistencial e o consentimento da gestante.</p> Drielli Mascarenhas Gava Nunes Cristiane Alves de Oliveira Amanda Bahia Pereira da Silva Flavia do Vale Araújo Copyright (c) 2024 Jornal Brasileiro de Ginecologia 2024-03-06 2024-03-06 134 10.5327/JBG-2965-3711-2024134103 Perfil epidemiológico e prevalência da ocorrência de lesão intraepitelial de alto grau e carcinoma em mulheres de Vitória da Conquista (BA) em 2022 https://jornaljbg.org.br/jbg/article/view/107 <p><strong>Introdução:</strong> O câncer do colo uterino é a quarta principal causa de morte por câncer entre mulheres globalmente. Rastreado pelo exame citopatológico, conhecido como Papanicolaou. <strong>Objetivo:</strong> Avaliar a prevalência de lesão intraepitelial de alto grau (HSIL) e carcinoma (CA) e analisar os dados epidemiológicos de mulheres de Vitória da Conquista, Bahia, em 2022. <strong>Métodos:</strong> Estudo transversal descritivo, utilizando as fichas de exame citopatológico das mulheres que tiveram diagnóstico de HSIL ou CA um ano após a pandemia da COVID-19 (2022). Foram utilizados dados do Laboratório Central Municipal (LACEN) coletados em abril e maio de 2023. As variáveis analisadas foram extraídas das fichas do Programa Nacional Viva Mulher. <strong>Resultados:</strong> Do total de 14.087 mulheres, a prevalência de HSIL e CA foi de 0,66% (93/14.087), sendo 97,85% (91/93) de HSIL e 2,15% (2/93) de CA. A idade média foi de 39 anos, variando de 20 a 69. A maioria (76,34%) afirmou não usar método contraceptivo, ser não branca (47,30%) e ter baixo nível de instrução (21,05%). Cerca de 64,51% apresentou colo sem alterações e 54,83% relatou ter feito o último exame havia menos de três anos. Em 75,26% das fichas, pelo menos uma variável não foi preenchida. <strong>Conclusão:</strong> A prevalência de HSIL e CA foi de 0,66% no ano estudado. Essas mulheres apresentaram baixas condições socioeconômicas e educacionais, relataram não usar contraceptivos e ter realizado o exame havia menos de três anos. Constatou-se o subpreenchimento de dados cadastrais pelos profissionais de saúde que as acompanhavam.</p> Bruna Vieira Silva Oliveira Rodrigo Berbel Danúsia Cardoso Lago Nilo Manoel Pereira Vieira Barreto Fabrício Freire de Melo Márcio Vasconcelos Oliveira Copyright (c) 2024 Jornal Brasileiro de Ginecologia 2024-12-20 2024-12-20 134 10.5327/JBG-2965-3711-2024134107